A Rússia iniciou nesta quarta-feira (30) uma ofensiva ao grupo terrorista Estado Islâmico com ataques aéreos em bases da facção na Síria. Alguns prédios que seriam usados para abrigo de militantes do EI foram bombardeados, mas a informação é contestada. Segundo autoridades americanas, os alvos dos ataques eram usados de refúgio para opositores do presidente sírio, Bashar al-Assad. O saldo dos ataques não foi informado.
O governo russo anunciou ainda um chamado mundial para que outras nações se unam no combate ao terrorismo. O ministro russo Sergey Lavrov disse a autoridades de outras potências mundiais que um projeto será apresentado ao Conselho de Segurança da ONU - do qual a Rússia é membro permanente - para criar uma resolução que ajude nesse propósito.
O Secretário de Estado americano, John Kerry, respondeu ao apelo dizendo que os Estados Unidos estão preparados para integrar as ações da Rússia na Síria caso elas realmente sejam direcionadas ao combate ao Estado Islâmico e à al-Qaeda.
Autoridades da Síria apoiaram a iniciativa russa e condenaram outros ataques aéreos internacionais, como os realizados pela França, por eles não serem organizados junto ao governo sírio, o que seria uma "flagrante violação" de leis internacionais.
No Conselho de Segurança da ONU, Lavrov declarou que a Rússia está pronta para "criar canais de comunicação permanentes para garantir um combate efetivo". Ele listou uma série de países que teriam um papel fundamental para resolver a questão da guerra civil na Síria: Irã, Rússia, Arábia Saudita, Turquia, Egito, Jordânia, Qatar, Estados Unidos e até mesmo a China.
Kerry afirmou que os Estados Unidos estão preparados para "superar os conflitos" no diálogo com a Rússia para lançar dois ataques aéreos "o mais cedo possível", ainda nesta semana.
"Vamos garantir que as ações sejam precisas e que nenhum santuário seja atingido nos ataques contra o Estado Islâmico na Síria", disse Kerry.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da França, que iniciou sua própria ofensiva na Síria há poucos dias, disse que os franceses podem cooperar com a Rússia e em outras ações contra o EI, mas sob três condições, que incluem o fim da violência contra a população civil da Síria e a queda do presidente Bashar al-Assad.
A terceira condição imposta por Laurent Fabius para colaborar com as missões é que esteja "absolutamente claro" para todos contra quem eles estão lutando.
Frustrado no debate sobre a Síria por anos devido à divisão das cadeiras no Conselho de Segurança, tendo a Rússia e a China usando seus votos para impedir o avanço de suas propostas, Fabius disse que o grupo é "um conselho da impotência". A França queria que o poder de veto dos membros permanentes do conselho fosse restringido em caso da ocorrência de atrocidades em massa, mas a ideia foi rejeitada pelos russos.
Alguns aliados dos Estados Unidos demonstram preocupação com as intenções da Rússia com a nova empreitada na Síria. O secretário italiano Paolo Gentiloni declarou que o propósito da Rússia será "possivelmente um passo na direção correta" se for instituída uma política de transição, mas vaticinou: "Não há solução militar rápida para uma tragédia humana tão grande".
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