Moradores que conseguiram escapar do ataque a 16 povoados na Nigéria ocorridos nos últimos dias desta semana disseram que há corpos demais para poder contar o número de mortos. A organização humanitária Anistia Internacional disse nesta sexta-feira (9) que foi o mais mortal ataque na história do grupo radical islâmico Boko Haram, dizendo que cerca de 2 mil pessoas foram mortas desde o dia 3 de janeiro.
Os moradores disseram que a maioria das vítimas é de crianças, mulheres e idosos que não conseguiram escapar dos insurgentes. A agência de notícias Associated Press informou que sete crianças foram reunidas com seus pais nesta sexta, mas que centenas de outras permanecem sozinhas.
"Existe a possibilidade de que alguns desses menores desacompanhados tenham perdido seus pais durante os ataques a vilarejos", disse Sa'ad Bello, coordenador de cinco campos de refugiados que estão abrigando crianças sozinhas em Yola, capital do estado de Adamawa.
Os radicais do Boko Haram mataram mais de 10 mil pessoas no último ano no país, segundo a organização Council on Foreign Relations. O grupo é visto como a maior ameaça para a Nigéria, maior economia da África, e um problema para o presidente Goodluck Jonathan. O país terá eleições em 14 de fevereiro.
Ataques
Os militantes do Boko Haram mataram dezenas de pessoas e incendiaram casas na cidade de Baga, nordeste da Nigéria, nos dois últimos dias, na segunda onda de violência desde que tomaram o controle da região no fim de semana, disseram testemunhas nesta quinta-feira.
Duas pessoas do local afirmaram que os insurgentes começaram a atirar de forma indiscriminada e a queimar construções no fim da terça-feira, ataques contra a população civil que continuaram na quarta-feira.
"Eu escapei de carro com a minha família depois de ver como o Boko Haram estava matando as pessoas. Eu vi corpos nas ruas. Crianças, mulheres, alguns gritando por socorro”, disse Mohamed Bukar à Reuters, após fugir para Maiduguri, capital do estado.
Soldados fugiram de Baga durante o fim de semana quando o grupo de extremistas sunitas tomou uma base militar na região.
O chefe do distrito de Baga, Abba Hassan, disse nesta quinta-feira que pelo menos cem pessoas haviam sido mortas quando o grupo assumiu o controle da cidade próxima ao Lago Chade.
Abubakar Gulama, que fugiu com a família para Monguno, a 40 quilômetros, declarou ter passado por corpos no chão e que “toda a cidade pegava fogo”.
Camarões pede ajuda
O presidente dos Camarões, Paul Biya, fez um apelo internacional por ajuda militar para lutar contra o Boko Haram, que nessa semana ameaçou cruzar a fronteira da Nigéria.
"É uma ameaça global que pede uma resposta global. Essa deveria ser a resposta da comunidade internacional, incluindo a União Africana e nossas organizações regionais", disse ele em um discurso de ano novo na quinta-feira a diplomatas no palácio presidencial.
Fonte: G1.globo.com
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