Após reunião na tarde desta terça-feira (12), a bancada do PSC decidiu manter o deputado pastor Marco Feliciano como presidente da Comissão de Diretos Humanos e Minorias da Câmara.
Sob protestos e a portas fechadas, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados elegeu, no dia 7 deste mes, o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir o colegiado. A votação ocorreu com 11 votos favoráveis, dos 18 membros do colegiado.
Sob protestos e a portas fechadas, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados elegeu, no dia 7 deste mes, o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir o colegiado. A votação ocorreu com 11 votos favoráveis, dos 18 membros do colegiado.
Pastor da igreja Assembleia de Deus, o deputado causou polêmica em 2011, quando publicou declarações polêmicas em seu Twitter sobre africanos e homossexuais. "Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome... Etc", escreveu o deputado na ocasião. Ele também havia publicado na rede social que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime e à rejeição".
Durante a posse, o deputado negou ser racista. "O trabalho que nós vamos executar aqui vai mostrar ao povo brasileiro. Caso eu houvesse cometido esse crime de racismo, a primeira pessoa para quem eu teria que pedir perdão na vida seria a minha mãe [...]. Uma senhora de matriz negra, só não tem a sua matiz negra - só a pele dela não é negra -, mas o sangue é negro, os lábios são negros, o coração dela é, como eu também sou", disse.
A eleição foi iniciada após a saída da sessão de deputados contrários à escolha de Feliciano, indicado pelo PSC para ocupar o cargo. O ex-presidente da comissão, deputado Domingos Dutra (PT-MA), renunciou ao cargo momentos antes da votação e se recusou a dar continuidade à sessão. "Me retiro nesse momento em nome do PT e me retiro em meio a uma ditadura que foi estabelecida aqui", disse o deputado.
Do lado de fora, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), apoiador de Feliciano e crítico da militância LGBT, chegou a discutir com os manifestantes e foi vaiado. A sessão teve início por volta das 9h15, mas público foi impedido de entrar na comissão para evitar o tumulto. Os dois acessos do corredor que dão acesso à sala onde ocorria a reunião foram bloqueados por seguranças.
A sessão foi convocada pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) após ter sido cancelada nesta quarta devido a discursos e protestos contra a indicação de Feliciano. Nesta quinta, a sessão teve início por volta das 9h15 com os dois acessos à sala onde ocorria a reunião bloqueados para impedir a entrada de manifestantes.
Em sua indicação, na terça (5), o deputado declarou que se baseia na posição política de Martin Luther King, pastor norte-americano líder na luta pelos direitos dos negros e vencedor do prêmio Nobel da Paz. Na presidência, o deputado terá poder para colocar ou retirar de pauta projetos de lei relacionados a direitos humanos e defesa de minorias.
Pela manhã, antes da eleição, a ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, disse esperar que a comissão respeite as minorias. "Eu tenho muita esperança que o Congresso Nacional e os membros da comissão saibam respeitar os direitos das minorias e os avanços conquistados por essas minorias. Seja quem for o coordenador, o presidente desta comissão espero que respeite as minorias", disse durante o programa de rádio "Bom Dia Ministro".
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