Malafaia e Marco Feliciano comentam polêmica com as notas de real


Após a ação movida pelo procurador federal Jefferson Aparecido Dias à Justiça Federal pedindo a retirada da frase “Deus seja louvado” nas cédulas da moeda nacional, as lideranças cristãs e políticos se pronunciaram com fortes críticas à representação.


A Redação do Gospel+ consultou o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) sobre o assunto, e obteve com exclusividade a antecipação do discurso que será feito por ele ainda hoje, 14/11, na Câmara dos Deputados.

Feliciano questiona se o “procurador já não tem preocupação com lides de maior importância” e afirma que “essa frase é tão abrangente que só não é relevante para menos de 2% (dois por cento), da população, manifestamente ateia”. O pastor pondera ainda que Jefferson Aparecido Dias não estaria “atinando para o fato de que em países aonde o respeito à individualidade do cidadão e a liberdade religiosa chega aos limites de extremos, ostentam frases semelhantes em suas cédulas e não temos conhecimento de ninguém que tenha se sentido ofendido a ponto de movimentar estruturas do Estado de tamanha relevância”.

O deputado Marco Feliciano afirmou ainda que apresentará projeto de lei para impedir qualquer iniciativa de retirada da frase “Deus Seja Louvado” das notas da moeda oficial do país: “Para por fim a essa polêmica, com constantes investidas desse Excelentíssimo Senhor Procurador da República, no sentido de retirar essa tradicional frase de nosso dinheiro, estou apresentando um Projeto de Lei, dispondo da obrigatoriedade da inscrição em nossas cédulas, dessa frase, e que, além do papel, a tenhamos gravada em nossos corações”.

O pastor Silas Malafaia afirmou, num vídeo publicado em seu site, que o procurador é o mesmo que aceitou e encaminhou uma denúncia de homofobia contra ele: “Eu to desconfiado que esse procurador não tem nada o que fazer. Eu acho que o procurador-geral da República tinha que arrumar um trabalho para esse cidadão”, disse o pastor Silas Malafaia.

Segundo o pastor Malafaia, “há uma tentativa de mudança do modelo judaico-cristão na sociedade ocidental para o modelo humanista-ateísta. A cultura de um povo não pode ser jogada no lixo por causa de alguém que tem uma convicção religiosa”, disse, lembrando: “E quem tá falando aqui é um pastor”.

Malafaia lembrou ainda que a Constituição Federal se apresenta como sendo elaborada “sob a proteção de Deus”, e que o procurador deveria propor também a mudança do nome de estados como Santa Catarina, São Paulo e Espírito Santo, além dos feriados católicos nacionais.

O senador Magno Malta se pronunciou sobre o assunto, e afirmou que recebeu a informação a respeito da ação com “tristeza e indignação”. Malta lembrou que a frase é uma “expressão de gratidão a Deus por todas as bênçãos recebidas no país que é um grande produtor, livre de guerras civis e catástrofes naturais”, e afirmou que pedirá explicações à procuradoria sobre o fundamento da ação judicial, pois apesar de o Estado brasileiro ser laico, o Brasil é um país formado por cristãos.

O presidente do Senado Federal, José Sarney, afirmou à agência de notícias da casa que considerava a iniciativa imprópria: “Eu acho que é uma falta do que fazer, porque, na realidade, precisamos cada vez mais ter a consciência da nossa gratidão a Deus por tudo o que ele fez por todos nós humanos e pela criação do universo. Nós não podemos jamais perder o dado espiritual. Eu tenho pena do homem que na face da terra não acredita em Deus”, disse.

O jornalista Reinaldo Azevedo, da revista Veja, ironizou a ação: “Volte e meia, tudo indica, o procurador Jefferson Aparecido Dias, do Ministério Público Federal, fica com síndrome de abstinência dos holofotes e decide, então, inventar uma causa para virar notícia. Aprendeu, com a experiência, que dar uns cascudos em Deus — nada menos — ou na fé de mais de 90% dos brasileiros, que são cristãos, rende-lhe bons dividendos”.

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