Silas Malafaia é entrevistado pela revista Veja


Em entrevista às páginas amarelas desta semana da revista Veja, o pastor Silas Malafaia falou sobre arrecadação de dinheiro de fiéis, crescimento dos evangélicos, homofobia e descriminação das drogas.


Silas Malafaia (foto), 54, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, afirmou que quem critica os pastores deveria, na verdade, agradecê-los porque pregam “uma mensagem de grande utilidade para a vida das pessoas também depois do culto”. “Desafio qualquer um a me apresentar uma entidade que recupere mais pessoas do que as igrejas evangélicas.” 

Em entrevista às Páginas Amarelas desta semana da Veja, ele afirmou que “a Bíblia é o melhor manual de comportamento humano do mundo”. A revista o apresentou como “um dos mais respeitados televangelistas brasileiros”. 

Malafaia afirmou que o “grande segredo” do aumento do número de fiéis das igrejas evangélicas é que elas transmitem uma mensagem para a vida prática. “De que adianta eu fazer o meu fiel ficar duas horas dentro de um templo se, quando aquilo acaba, nada muda nas relações dele com a família, com o trabalho e na vida social?”, disse. “Nós pregamos uma mensagem que condiciona a prática da pessoa no seu dia a dia.”

“Quando um fiel me procura e pede 'pastor, ore por mim porque o diabo está roubando as minhas finanças', eu mando parar com conversa fiada. Se uma pessoa sempre gasta mais do que ganha, a culpa é dela mesma. Não pensem que Deus vai ficar cuidando das pessoas como se elas fossem bebês.” 

A revista perguntou se a ênfase dos pastores em arrecadar dinheiros dos fiéis não é "muito suspeita". Malafaia admitiu existirem “espertalhões” em qualquer lugar, mas há também, segundo ele, “um preconceito miserável” contra os evangélicos, que “costumam ser descritos como bandos de idiotas, tapados, semianalfabetos.” 

“Tem muito bandido por aí. Mas esses malandros [pastores] não conseguem segurar o povo. A distância que me separa de um Edir Macedo, por exemplo, vai do Brasil à China, mas é um erro achar que todo mundo que dá dinheiro à igreja dele, a Universal, é imbecil ou idiota”, afirmou. 

“A pessoa doa porque se sente abençoada, porque se libertou da bebida, vício que consumia todas as economias dela e que a deixava sem condições até de pagar a conta de luz. Ninguém é obrigado a ofertar.” 

Quanto ao projeto que criminaliza a homofobia contra o qual Malafaia tem atuado com veemência, a revista quis saber se influir nas leis faz parte das atribuições de um pastor. Malafaia respondeu que sim porque, se não fosse desse jeito, “a casa tinha caído”.

“Essa lei é a lei do privilégio, e o Brasil não é homofóbico. Eu separo muito bem os homossexuais dos ativistas gays. Esses últimos querem que o Brasil seja homofóbico para mamar verba de governo, de estatais, é o joguinho deles”, disse. 

“Homofobia é uma doença. Ódio aos homossexuais, querer matá-los ou agredi-los é uma doença. Agora, opinião não é homofobia.”

Leia abaixo trechos da entrevista:

Com trinta anos de programas de televisão e vice-presidente do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (Cimeb), entidade que congrega cerca de 8 500 pastores de quase todas as denominações evangélicas, o pastor Silas Mala-faia, 53 anos, é um dos mais respeitados televangelistas brasileiros. Sua pregação condena o aborto, o uso de drogas e o que enxerga como aumento dos privilégios dos homossexuais. Malafaia ensina que Deus ajuda as pessoas a progredir, mas desde que elas façam sua parte: “Quem ganha 1.000 reais não pode querer gastar 1.100. Não adianta depois esperar que Deus tire o nome do sujeito do cadastro de maus pagadores”.

(…)

A que o senhor atribui o crescimento do número de evangélicos no Brasil?

O Evangelho não é algo litúrgico, para ser dissecado em um culto de duas horas. A grandeza do Evangelho está no fato de ser algo que pode ser praticado. A Bíblia é o melhor manual de comportamento humano do mundo. As igrejas evangélicas têm pregado uma mensagem de grande utilidade para a vida das pessoas também depois do culto. Esse é o grande segredo. De que adianta eu fazer o meu fiel ficar duas horas dentro de um templo se, quando aquilo acaba, nada muda nas relações dele com a família, com o trabalho e na vida social? Nós pregamos uma mensagem que condiciona a prática da pessoa no seu dia a dia. Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância”. Ele fala da vida terrena nessa passagem.

(…)

A ênfase dos pastores em arrecadar dinheiro dos fiéis não é muito suspeita?

Existe um preconceito miserável em relação aos evangélicos, que costumam ser descritos como bandos de idiotas, tapados, semianalfabetos, manipulados por espertalhões dedicados a arrancar tudo o que querem deles. Engana-se quem os enxerga assim. Manipulação e exploração existem em todo lugar. Tem muito bandido por aí. Mas esses malandros não conseguem segurar o povo. A distância que me separa de um Edir Macedo, por exemplo, vai do Brasil à China, mas é um erro achar que todo mundo que dá dinheiro à igreja dele, a Universal, é imbecil ou idiota. Claro que não é. A pessoa doa porque se sente abençoada, porque se libertou da bebida, vício que consumia todas as economias dela e que a deixava sem condições até de pagar a conta de luz. Ninguém é obrigado a ofertar. Mas, se quer ser membro, se quer pertencer ao grupo, tem de ajudar. Estou construindo uma igreja linda, com ar-condicionado central, ao custo de 4 milhões de reais. Ela será paga com ofertas dos fiéis, pois, obviamente, não vai descer um anjo do céu e diz
er “Malafaia, está aqui um cheque de Jeová, preencha e deposite”. Quem critica os pastores deveria mesmo é agradecer às igrejas evangélicas. Desafio qualquer um a me apresentar uma entidade que recupere mais pessoas do que as igrejas evangélicas.

(…)

Tem muita gente pragmática que já chega à igreja acreditando que vai aprender como subir na vida?

Tem, mas, se o objetivo fosse apenas subir na vida, não teria rico na igreja. Na minha tem gente pobre, mas também tem desembargadores, membros do Ministério Público, doutores, empresários. Mas dinheiro não é tudo. Se fosse, rico não daria tiro na cabeça, não tomaria remédio de tarja preta. Mesmo que muita gente pense que não deu certo na vida porque Deus não quis, a lógica de buscar amparo em uma igreja não é essa. A pessoa que transfere suas incompetências para Deus está equivocada. Quando um fiel me procura e pede “pastor, ore por mim porque o diabo está roubando as minhas finanças”, eu mando parar com conversa fiada. Se uma pessoa sempre gasta mais do que ganha, a culpa é dela mesma. Não pensem que Deus vai ficar cuidando das pessoas como se elas fossem bebês.

(…)

A sua atuação contra o projeto que criminaliza a homofobia em debate no Congresso foi contundente. Mas influir em leis é papel de um religioso?

Se não fosse assim, a casa tinha caído. Essa lei é a lei do privilégio. O Brasil não é homofóbico. Eu separo muito bem os homossexuais dos ativistas gays. Esses últimos querem que o Brasil seja homofóbico para mamar verba de governo, de estatais, é o joguinho deles. Homofobia é uma doença. Ódio aos homossexuais, querer matá-los ou agredi-los é uma doença. Agora, opinião não é homofobia. (…). A lei que estão propondo é uma lei da mordaça. Se não aprendermos a respeitar a liberdade de expressão, será melhor mandar fechar a conta para balanço.

(…)

Qual a sua posição sobre o projeto que propõe a descriminação do uso de drogas e que deve chegar ao Congresso ainda neste mês?

Espero que o Senado e a Câmara joguem no lixo essa porcaria. Perderam o juízo. Não existe lógica em liberar o consumo de drogas e penalizar o traficante. Então eu estou desconfiado de que vai vir um marciano vender drogas aqui, um intergaláctico. Olhe a hipocrisia!

Fonte: Paulopes e Revista Veja on-line

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